Teu corpo é alimento para meu corpo,
como as minhas carnes o são para as tuas carnes!
Minhas forças se renovam nas tuas forças,
e no dar-me, no receber-te
temos novo vigor e novo ânimo!
Como espero o banquete farto, de ti,
de onde tudo, pouco a pouco me farto e como!
Sentindo o frescor em tuas partes,
de tuas partes frescas sabores diversos sorvo!
Teus lábios mordisco ávido,
teus seios mordisco louco!
Seu sexo que brota como fruta acabada de abrir,
divido as partes,
para beber de seu nectar acre-doce e morno!
Em teu corpo introduzo as minhas partes,
entregando-me inteiro e louco,
desfazendo-me em ti pouco a pouco!
Meu desejo solido e áspero,
vai se consumindo no atrito de nossas carnes...
E por força da arte da volupia e do desejo,
vou fluidificando-me por inteiro...
Até que não mais que um filete quente reste...
De ti então saciado,
saciando a fome voraz de nossos corpos então em unissono,
gritamos palavras chulas...
Murmuramos após palavras de amor cheias de ternura...
Para num instante de pecado e de gula,
comermos de nossos corpos outras partes!