Opostos
Anna Müller Bastam poucas palavras vindas de ti
para que a alegria teime em regressar. É uma sensação estranha que nunca senti, ter de lutar entre o partir e o ficar. Um lado de mim insiste vigoroso na partida,
o outro, crê na tolerância e teima e implora que não chegue jamais o momento da despedida, e que a vida, sentencie o momento de ir embora. Lados opostos degladiam-se num imenso conflito.
A realidade do lado de fora, açoita sem piedade, A fantasia refletida, a mostrar um lado bonito teimando em dizer que existe sim, a felicidade. E dia-a-dia, a vida transtorna e maltrata...
e seu reflexo, desconhece a razão e emoção; vida essa, que dá e tira de maneira ingrata, e o faz-de-conta segue preenchendo o coração. O lado de fora não teme em perder o pouco que tem,
mas o reflexo, teme abrir mão de um grande amor. A razão diz que a solidão não maltrata ninguém, a emoção, afirma que ela só traz amargura e dor. Dói tanto na carne essa realidade injusta e cruel;
Arranca sem dó, todos os sonhos, toda a esperança. Transforma os caminhos da vida carregados em fel, restando ainda o sono, e nele, voltar a ser criança. E sonhar e sonhar no reflexo dessa imaginação
que não venha mais o doloroso e frio despertar... Que eu viva no paralelo, reflexo da minha razão, a ter que voltar a realidade e abrir mão de amar. *
soundback: passport
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