DA(S) MARÉ(S) ...
Para Damáris Lopes
Da(s) maré(s), desavisada, volta ao mar,
a poetisa se foi, ainda a pouco, ainda agora…
Está fora do alcance da visão,
está no limiar das auroras,
nas horas crepusculares das tardes,
pintadas em tons de laranjas escarlates…
- Antecipando uma quase plena escuridão!
A poetisa que esmaece as formas enquanto parte,
vai no entanto fazendo-se presença nos que ficam…
Com o som de suas palavras dançando nas aragens,
com seus sorrisos largos, a cada flor que se abre.
E em cada criança que se solta de nossas mãos
diante de seus primeiros passos!
Mais que poema, a poetisa que parte, é poesia,
daquela que cala fundo em nós…
Que temos corpo e alma fundidos pela forja da sua arte!
Vai, de volta ao início de tudo,
Deixando a todos boquiabertos e mudos…
Mas, saiba que nós, tantos e muitos,
a veremos, a deteremos, dentre as dobras de nossas próprias vidas
com o olhar de nosso coração!
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
08/03/2021