Penso que devemos deixar de ser, fazer morrer em nós o velho senso, deixar de pensar e ser como andamos pensando e sendo pra ser apenas mais um ser frente á natureza! E assim sendo, notar como nossa existencia ganha novo sentido! Sinto que a pele tem que sentir o calor e o frio naturalmente, os pés devem pisar a terra e chafurdar na lama, por que não pisar na relva, quiça na grama, para sentir o que se sente, quando toda a nossa gente, se mescla ao meio-ambiente sem medos, sem resalvas, naturalmente! E os ventos, sejam brisas, sejam rajadas de vento,. estes despenteando nossas madeixas, farão delas apenas cabelos de gente, soltos, sob a natureza dos ventos... Penso no corpo num corpo a corpo com a natureza, sentirá em si outras naturezas que não são vaidades nem pompas ou vilezas... Ele saberá de seus limites e encontrará outros limites em sua natureza! E o jogar-se num rio, abraçando-se á força de suas correntezas, boiar á tona d'água, afundar-se em sua lâmina d'água... E nadar em toda a sua inteireza! E em terra, o corpo sentir-se companheiro de outros corpos... Sentir o calor que evola d'outros, e a força que de seus corpos emana... Ouvir os sons que o circunda: Os pássaros nas árvores á sua volta, o canto que de longe o arvoroça os sentidos, ou antes, o som do silêncio que o apavora... O som das gotas caindo das folhas, dos galhos, dos ramos, das árvores... O som na mata das águas em seus ciclos intermináveis... Os sons da noite, negra, profunda sem luar ou estrelas, apenas negrumes e mais nada! Ouvir os sons do amanhecer... Sons que a luz do dia faz ecoar e que propaga! E os olhos... Estes sim tem muito para perceber e apreender: As cores da terra, as cores do céu... As cores da relva, as cores que correm soltas ao léu! A beleza dos pássaros, das corredeiras, dos peixes arrebatados pelos anzóis... A beleza das bestas, dos cavalos, dos bois que pastam plenos a rebol! Os olhos perfilando-se entre as gentes, as crianças todas tranqüilas, tão traquinas, os jovens braços fortes, na lide de seu dia a dia, e os velhos, que são muito moços para serem velhos, trazendo no rosto uma paz tão tranqüila que nos surpreende e assusta! Os olhos, há os olhos... Estes devem ver assim esta nova vida e fazer compreender o coração e a mente o quanto é bom pra toda gente viver assim, em meio á natureza... Plenos com o meio-ambiente que abre os seus braços pra toda as gentes, sem fazer distinção... Sejam nossos olhos atalho pra nossa alma e pro nosso coração destas verdades que lhes bem digo... E com nossos novos recém adquiridos sentidos digamos para a morte da natureza, para a destruição do meio-ambiente, não! Não! Não! E não!