" inspirado no poema do mesmo nome de Dalva Agne Lynch "
Olhos abertos, atentos aos movimentos ao meu lado Ladeado por tormentas... Sinto lento o meu pensamento! Coloco lentes para expandir o foco de meu olhar, abertos e escancarados... Parece ainda que vejo pouco! Voz estrondosamente alta é ainda rouca e pouca não sinto ninguêm a me escutar... Os versos que escrevo parecem signos desconexos pois não encontram mentes para se fixar... - Decifrar! É tudo um deserto, decerto não há oceano onde moro! E choro, e quando choro, minha lágrima é a única água que tenho pra minha própria sede matar... Água salgada, filtrada pelas minhas entranhas estranhas ao que aqui há! Não há oceano onde moro... E assim minhas poesias não tem como navegar outras terras e outros continentes desbravar... Contingêntes de almas assombradas vagam ao meu lado nego-lhe os braços... Deste cortejo funebre quero me furtar! Louco? Só sei que estas almas se assombram com a fome, com desamor, com desapegos... São filhos de degredos, abandonados que abandonam seus herdeiros... Almas esquecidas de si mesmas e dos segredos de seus segredos... Almas que se consomem, por terem apenas a si para consumir... E se fartar! Só sei que onde moro não tem oceano por onde minha alma possa navegar... Fica-me uma esperança, pungente em meu ser que este deserto ainda virará mar! E as ondas deste futuro oceano, possa então levar, lavar todo e tanto desengano... E as almas assombradas possam então brilhar! Visionário?