“Sulcos do Tempo” de Rita de Cássia Amorim Andrade by Edvaldo Rosa
No ano de 2012 em Terezinha nasceu um dos filhos literários da escritora e poetisa Rita de Cássia Amorim Andrade, “Sulcos do Tempo”, que na noite Itabirana de 10 de agosto último tive o prazer de ter em mãos.
Citando Álvaro Pacheco,“Dessa noite mais longa, mítica do tempo,(...) vieram os deuses e os mistérios do homem”, os deuses da poesia e os mistérios de Rita de Cássia Amorim Andrade! - E seus encantos!
Foi o nosso primeiro encontro... - A grata surpresa ao ler este livro senti depois!
“Sulcos do Tempo” é um livro de poemas, extremamente sensível, e muito agradável à leitura, que merece que seja atenta, calma, sem pressa, para que se faça plena!
Não que “Sulcos de Tempo” apresente um vocabulário difícil, nem um tom rebuscado, mas por que é um livro repleto de finos versos, que compõe poemas com apurado senso estético e profundidade poética.
Fica aqui o convite para meus diletos leitores, para que leiam o livro, e se deliciem, e se emocionem, com os poemas, indrisos, poetrix, haicais, acrósticos que se apresentam nas páginas de “Sulcos do Tempo”... Num tom aconchegante e feminino!
Não comento nenhum dos poemas deste tomo, prefiro o registro do que senti ao lê-los, a todos, com a atenção de meus sentidos capturada por tão cativante versejar, lembrando das palavras de Sônia Cintra: “Quando um poeta abre as asas o mundo se cala e voa com ele”. - Eu era o mundo e ganhara asas!
E eu viajei nas asas de Rita de Cássia Amorim Andrade!
Fui ás paragens de minhas saudades, fui aos amores de minha vida, aos “Sulcos de Tempo” grafados em minha face, em meu coração e em minha alma, fui e neles permaneci até me fartar de os reviver...
- De por eles derramar mais um pranto, e por terem feito com que eu sorrisse uma vez mais...
Mas,nós dois, Rita de Cássia e eu, para a minha felicidade, e nossas sensibilidades, contradizendo parte de um dos seus poemas, neste livro, não fomos “Linhas paralelas, sem chance de se encontrarem no infinito”.
Seja como for, o tempo caprichoso em seus ardis, juntou-nos em um mesmo evento, deu um nó em nossos corações e em nossas letras... Ela sentiu-se atrair pelas minhas e eu pelos seus belos poemas...
São bem mágicas estas coisas de poetas, poetisas e poemas; nós falamos bem o que os outros sentem, outros por sua vez, dizem bem melhor o que nós sentimos!
E foi bem essa a sensação que senti ao ler “Sulcos do Tempo” de Rita de Cássia Amorim Andrade, ela sem me conhecer, e sem saber nada de minha pessoa, tinha certamente escrito o seu livro para mim!
Li os poemas deste tomo, e o fechei...
Reli, com menos pressa e mais atento!
E novamente estava tudo ali: “Sulcos do Tempo” falava de mim, de meus medos, de minhas inseguranças, das esperanças que nutri, dos meus pendores, dos meus amores... E ao cabo de cada poema, senti a sensação de que o que havia lido, ainda ecoava dentro de mim e procurava dialogar comigo... Os poemas se transfiguraram de perguntas em busca de respostas, em coisas que eu precisava muito escutar!
É assim, para mim, “Sulcos do Tempo” de Rita de Cássia Amorim Andrade é um ótimo livro de poemas!
E como foi bom o nosso encontro; e como foi prazeroso mergulhar em seu universo poético...
Na noite de Itabira que encontrei-me com a palavra forte, sensível, e muito feminina da poetisa Rita de Cássia Amorim Andrade, encontrei-me comigo mesmo...
E acredito que isto é um dos méritos desta poetisa; a vate de poemas que refletem com clareza a quem os lê...
O mérito de seus poemas; obras únicas que são, é o de refletir a tantos que o leem de uma forma bem particular e profunda!
Trazendo para o seu leitor, de uma forma intensa, o recorte preciso de sua própria emoção!
Edvaldo Rosa
16/08/2013