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Vôo de borboleta! - Carta para o Cuti - Luiz Silva

Encontro-me em pleno vôo de borboleta, sinto-me recêm saido do casúlo, com asas novas, secas pela exposição á luz do sol.

Sinto o vento que me proporciona o vôo, sem dar-me conta que apenas a sua resistência ao meu vôo é que me permite voar...

Sinto aromas de flôres, odores que me indicam o caminho, indicios da direção a tomar!

Trago comigo, bem dentro de mim, lembranças de tempos antigos, onde largata pus-me a comer e comer de folhas verdes no intuito instintivo de sobreveviver...

Era o tempo de angariar forças para ser, algo que estando dentro de mim, dormente, somente agora
se mostra.

-Mas temo que ainda agora, de forma incompleta, pois a plenitude de mim é mistério, mister de outras esferas!

Sinto-me assim a despeito de todo o tempo decorrido, desde o meu nascimento e este momento! Sinto-me assim e é só no que penso!

E em silêncio, estas linhas escrevo, querendo expressar o que me passa na mente, no coração e no mais intimo de meus sentimentos!

Enquanto escrevo, experimento minhas asas e me sinto feliz! 

Enquanto escrevo relembro tantos momentos, instantes que foram puro sonho e encantamento que somente depois de muito tempo e muito esforço tomaram consistência, corpo, alma!

Ainda ontem estive contigo caro amigo Cuti, no lançamento de seu livro “ Negroesia “ e lhe disse num rápido instante de conversa que faz uns vinte anos que nos encontramos pela primeira vez!

Ainda ontem, vendo seu trabalho, apresentado na Casa das Rosas, senti-me aquele rapazola de outrora, que em evento na Biblioteca Mario de Andrade, travou conhecimento de ti, e de seus planos para o desenvolvimento da poesia e de um grupo de poetas o Quilombhoje!

E me alegrei!

Hoje trago minha própria bagagem, meu site, minhas poesias, um trabalho que encaminhou-me até o seu e á sua apresentação de ontem! 

Ontem o tempo pareceu se curvar e levar-me ao começo! É fato que é sempre tempo de recomeçar!

E os caminhos que eu possa vir a trilhar receberão um ser mais completo, tendo dentro de si a lembrança de nossos contatos!

Sem me importar que possa parecer um devaneio o que aqui vai expresso, vou escrevendo-lhe para falar de sonhos, dos antigos e dos atuais, para falar de alegrias antigas, o nosso primeiro encontro, e da alegria sentida na noite de ontem. O que me traz esperanças para os dias futuros! Quem sabe o tempo não se curva outra vez e nos faz nos reencontrarmos?

Queria dizer-lhe isto, mesmo que sejamos hoje, tão estranhos quanto em nosso primeiro encontro!

E assim explica-se o meu vôo de borboleta... 

Estou sempre a sair do casúlo, sempre a colocar asas novas sob o sol, sempre a procurar os indícios de flôres pelo odor que sinto no ar!

A poesia tirou-me do casúlo, e as asas que deu-me fez com que pudesse voar á horizontes que nem em sonho eu poderia imaginar!

A poesia propiciou os nossos encontros, quem sabe o que mais propiciará?

De formas diferentes estamos procurando dar liberdade a nós mesmos e a outros atravêz de nossa poesia, de nosso esforço e de nosso trabalho!

Em oportuno momento se quiser saber mais deste que lhe escreve é só falar, estarei noentanto á espera de um contato seu, e a bem da verdade quando será melhor que eu te ligue? - ( Pois não quero atrapalhar!)

Muito obrigado pela atenção e o carinho por mim e minha esposa e minha mãe na noite de ontem!

Um grande abraço

Edvaldo Rosa
Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 05/04/2007
Alterado em 05/04/2007
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