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Sou um ente a procura de si mesmo!

Uma flecha do tempo, com duração e movimentos em direção de consumar-se, um ente do gênero humano que pensa sobre si mesmo, e assim, é o que pensa, ou que pensa que é!

Sou aquele que procura ser além das conveniências... Desapegar-se das convenções, sociais, educacionais, numa procura incessante por uma essência.

Um organismo biológico com uma energia metafisica numa busca de harmoniosa consonância.

Tenho procurado entender as partes que compõe o meu todo, buscando uma visão mais ampla de todo o espectro que forma o meu ser...

Busca esta que me leva a considerar as influências culturais, morais e éticas que implicam na minha maneira de ser e de me comportar...

Sinto que penso o que sinto, penso que sinto o que penso!

Assim, este auto refletir me faz caminhar por caminhos tortuosos, afinal podemos saber tudo sobre cada parte que perfaz o nosso todo?

A procura de uma essência, baliza meus pensamentos, busca apaziguar meus sentimentos, e administrar os meus atos.

Busco por uma expressão o mais fiel possível de mim mesmo, tentando fugir dos conceitos quanto a minha condição humana, e em especial, masculina, que estão sobrecarregados de um censo comum, que em certa medida não são aplicáveis a mim, tanto ao nível dos pensamentos, quanto ao nível dos atos.

Temos sim uma grande herança cultural, comportamental, sobre nossos ombros, mas temos que seguir à risca o que ela tem determinado? E será que podemos nos afastar um milimetro que seja daquilo que ela prega como justo, normal, aceitável?

Em resumo esta é a questão central de minha vida!

Saber quem sou é uma procura intensa por uma harmonia, entre pensamento, sentimento e ação.

Mas pode-se pensar diferente da maioria? Poderíamos sentir de forma particular? E as nossas ações poderiam ser frutos espontâneos, não cunhados, talhados, por um censo comum externo ás nossas aspirações mais intimas?

As características que me tornam humano, masculino, tem que ser aquelas que são prescritas, pré estabelecidas por um aparato social e cultural corrente, mas que no entanto demonstra algum desgaste e que nem sempre condizem com o que penso, o que quero?

Sou um ente que aos poucos se desgasta, e que imagina que sua mente se aprimora, apresentando assim uma visão pessimista e positivista de si mesmo... Andarilho que vindo do caos, após um breve período de relativa constância, se encaminha para o caos...

No meio tempo, entre o existir e o deixar de ser, é forçoso afirmar a minha necessidade de novos espelhos, que refletindo a mim mesmo, acabem por influenciar-me dada a sua força persuasiva, na forma de mostrar-me algo de melhor...

Assumida esta necessidade por espelhos a procura por mim mesmo, não acabaria restrita num movimento atrelado a outros, configurando assim uma dependência ao meio, a sociedade, a cultura,a um modelo?

Assim, o que me faz apresentar algumas diferenças quando comparado com outros, de pensamento, de comportamento, de sentimentos, não poderia passar de uma ilusão de meus sentidos?

Sou um ente a procura de si mesmo, que procura ser, mas que na maioria do tempo é um amontoado de perguntas sem muitas respostas... - Respostas estas que talvez se encontrem para além das forças do homem... Alguém que pretende ser e ter um bem comum a se compartilhar, e alguém que se propõe a estar apto para receber um bem público que deva ser compartilhado.

Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 08/03/2013
Alterado em 20/04/2013
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