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Crônica dos aforismos...
 
E no principio Deus chamou o primeiro homem e pediu que nomeasse as coisas, os seres, e que depois disso, tudo ficaria sob o seu comando... Eu vim bem depois, mas trago comigo traços desta determinação, quero sempre que as coisas sejam conforme o meu pensamento, sujeitas á minha vontade.
Tantos anos de vida, comendo o pó das estradas, entrando e saindo da trilha, por vezes enveredando por atalhos, de trecho em trecho, que não me levaram a quase nada e estou aqui, pensando nas lições da vida... Umas muito bem interiorizadas, outras... Bem...  As outras entraram por um ouvido e sem deixarem marcas saíram pelo outro.
Olho com olhos embaçados para o presente, tão cheio de imagens do passado, e meio incerto penso que nem avancei tanto assim em minha estrada, nem aprendi tanto assim com as lições da vida... E olha que algumas delas foram ministradas a pulso... Só faltou a palmatória.
Agora, bem agora, estou num instante de reflexão... Disseram que quem pensa existe, então existo, mas, meio incerto questiono a sós comigo; que coisa é essa?
Parece que todos á minha volta nem notam que eu existo, e assim, também não valorizam meus atos... Teriam sido todos, atos falhos?
Mas a minha consciência que se ressente, também se orgulha das atitudes tomadas, embora em verdade algumas pudessem ter vindo a lume de outra forma... Seja como for, peque-se pelo excesso, nunca pela omissão!
Consoante a esse aforismo, interiorizei bem fundo que para ser um homem eu deveria fazer assim e assado... Reto, probo, tenaz, persistente...  Não me deixar vergar por qualquer adversidade! E para o que serviu tudo isso? Sinto-me só e quase infeliz!
Disseram que enquanto a caravana passa os cães ladram... Que seja, mas e quando entre os cães existem homens, pessoas a quem amamos?
Recentemente ouvi que a salvação dos homens é amar! E emocionado, e em prantos acreditei!
Mas pensando bem, que amar seria esse? Já que minha experiência parece insuficiente para formar uma conclusão definitiva!
Numa crônica aguda sobre os aforismos que ouvimos durante toda a nossa vida, fica em mim a impressão de que tenho que aprender a viver, e este aprendizado é individual, que este processo não pode ser totalmente dividido entre seres, que são no intimo personas individualizadas... E assim cada um tem uma percepção pessoal das coisas!
Ainda aprenderei a divisar nas palavras, nas minhas e nas de outros, o tom carregado de metáforas e outras figuras de linguagem?
Chegará o dia em que darei meu último suspiro, espero ter ainda o que dizer, esperando que as palavras não morram antes em mim, antes mesmo de meu sucumbir... Quem sabe eu ainda venha a dizer àqueles que me destratam, - Eu sempre amei você!
Sei que chegará o dia em que meus olhos não verão mais a luz dos dias, nem das noites, que minha boca não pronunciará palavra alguma e tudo será apenas silencio...
E eu que vivi a vida dos homens, estarei á espera da minha última grande lição:
Viverei a vida pela ótica de Deus!
Só que não terei boca para retransmitir a lição, passar cola para os irmãos que ficaram para traz...
A menos que este seja apenas outro aforismo muito humano, que inadvertidamente deixei colocarem em minhas mãos! E em que acreditei, quando deixei penetrar em minha alma e em meu coração!
Só que penso firmemente convicto, que se o coração dos homens cai em erros de avaliação, as suas almas que são de outra natureza, não caem nestes mesmos erros em sua formação!
Mas deixemos isso para outra hora... Após morrer a minha alma verá!
 
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
21/10/2012
 
 
 
 
Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 23/10/2012
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