Sacpaixao.com.br
Para viver a vida com amor!
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
 O homem básico.
 
Numa das muitas discussões familiares, num tom mais de conversa do que de briga, minha esposa disse-me: - Gostaria que você fosse um homem básico!
Tentei entender-lhe o sentido da frase, questionando o que seria um homem básico...
Seus argumentos foram os de que eu aos 50 anos enveredo-me por novos caminhos, procurando por novas oportunidades na vida, ora trabalhando, ora estudando, e pouco fico em casa ao seu lado... Assim, penso eu, um homem básico seria aquele que se assenta, aquieta-se, e vai curtindo mais a vida ao lado da esposa...
Sei, sinto, que um relacionamento a dois é complicado, onde tenta-se equilibrar  vontades por vezes conflitantes, expectativas de vida diferentes... E onde um consenso é por vários motivos uma benção, uma dádiva!
Vim de um tempo onde o homem era o provedor da casa, e por desempenhar tal papel não raro se privava de um contato mais próximo aos seus, que não significava falta de amor e carinho, mas comprometimento, responsabilidade...  Sei também que os tempos mudaram...
Mas sinto que esta mudança não foi em nada favorável ao homem... Existe uma grave crise de identidade, onde os papéis femininos se realçam e os masculinos parecem que esmaecem... E os dois ora se confundem, ora se descaracterizam!
Por outro lado, na sociedade em que vivemos ninguém pode se acomodar, achando que o que sabe é suficiente... E que suas competências nunca serão questionadas... E aqui encontramos um ponto que deveria ser bem observado; a inter-relação entre o social e o privado se confundem, o trato familiar e expectativas profissionais se conflitam...
Não ser um homem básico em meu pensar, afasta-me da mesmice de vidas contemporâneas, de homens por vezes fadados a comodismos, vendo a vida passar, escorrendo entre seus dedos, sem fazerem alguma diferença... Diferença esta, que nem seja para outros verem, mas mais importante, seja intimamente sentida, que traga felicidade e prazer, por mais que sejam; a felicidade e o prazer, efemérides...
Num outro modo de ver, não ser um homem básico, possibilitou-me a realização de sonhos que nem mesmo em minha mais tenra idade ousará imaginar...
Reinventei-me várias vezes!
Como uma Fênix surgida de suas próprias cinzas...
E isso foi bom!
E isso sempre será bom, até o momento em que os ventos da vida não soprarem as minhas cinzas para o outro lado de lá... E assim, não possam se reagrupar aqui neste hemisfério conhecido da existência!
Mas afora estas considerações que faço, imputo-me ainda características bem básicas, talvez mal percebidas pela minha companheira de vida e de estrada; somos casados, um homem e uma mulher em comunhão, conseguimos ter nossos cinco filhos homens, trabalhando, cuidando com suas próprias forças de suas vidas, alguns com esposas, e filhos... Temos um teto, comida na mesa, e algumas vezes saímos de casa, eu e ela, para um passeio... Tirando alguma conotação de conservadorismo em meu pensar, embora conservar o que é bom não traga nenhum mal, não sou um homem básico?
Para a paixão o estar perto é fundamental...
Mas de que adianta um estar que no intimo se ausenta, se aliena, não se valoriza, não busca para si uma realização maior, que de alguma forma traga bem estar para outros, e que implique em melhor valorizar quem esta ao seu lado, numa mesma estrada, num, quase, mesmo destino?
Para o amor, significar presença, em vários aspectos, é amar!
 
Edvaldo Rosa
www.sacpaixao.net
24/01/2012
Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 24/01/2012
Alterado em 19/02/2013
Comentários
M
Maia de Melo Lopo
Sempre existiu homens básicos, a diferença é que o homem futurista não deve ficar agregado a um estatuto de super-homem contemporâneo da casa. Numa exclusividade egoística se fica agarrado ao ócio diário a cumprir quase por obrigação uma hora de ponto sem se dividir com ninguém, ficará frustrado para satisfazer vontades contrariando a sua natureza. Se sente a falta da saudade do ar, sentir-se-á aprisionado em conceitos de deveres matrimoniais e sociais. O homem mesmo em casa se aprecia estar só não deixa de cumprir as suas funções de macho e pode ter esses papéis bem definidos sendo livre no seu conceito humano sem com isso deixar de respeitar a sua individualidade e despersonalizar-se na vontade de ser ele próprio em agrado de outrem. Nunca um homem se emancipa se a mulher que se diz não ser emancipada exige direitos iguais impondo ou reivindicando obrigações que não deseja para si. Liberdade e mútua confiança não se compadece do amor próprio e amando o que é sagrado em comum, livremente poderá recriar a sua forma mais digna de amar com a integra verdade de si mesmo. A meu ver o amor verdadeiro não sufoca, sempre será amor, perto ou a quilómetros de distância. Preocupação é ser básico e estar colado a uma indiferença tão apática que não há cola no mundo que faça grudar qualquer coração. Parabéns pelo seu texto aprofundado numa preocupação de um sentimento sincero sem uma carga de criticismo perante uma análise natural e verdadeiramente humana. Maia de Melo Lopo.
J
Jane Rossi
Um texto prazeroso que prende a atenção do leitor e que nos faz relembrar os homens básicos do passado que se aposentavam com meio século de vida guardando seus sonhos no baú do esquecimento. Vivemos outros tempos, tempos de sonhos, conquistas e realizações em qualquer idade da vida. Parabéns!
C
Cleo Reis
Bom Texto reflexivo. Acredito também fazer parte do Amor não impedir o crescimento profissional e íntimo do outro em todos os sentidos do Saber. Cléo Reis
A
Agamenon Almeida
Excelente a sua crônica. Encontrei-me retratado nela em todos os aspectos. Parabéns grande poeta.
C
Cicero Mendes
Olá, Edvaldo! Gostei! Acho que ser homem básico é ter um objetivo de se compor com que nos é afetado sem diferenciação de natureza:sem criatividade. Parabéns!