Coisa sem jeito... Essa de desejos inconfessos! Vão se alojando em nosso peito, Qual erva - daninha... Quanto mais se poda, mais aparece! Como veneno de serpente, Vai nos matando aos poucos, Enquanto aos poucos nos entorpece! Como não dizer que te desejo? Como dizer-te que te quero? Se foges de meus olhos, como um raio... Furta-se de meus toques, como se sentisse asco! Haveria outro em teu pensamento? Fazendo morada do lado esquerdo de teu peito... Como se o teu corpo inteiro, por outro agora vibrasse! Como se tua boca, não fosse louca por meus beijos, E não os desejasse! Tira do peito as correntes, pesadas correntes, que aprisionam teus desejos, Aproveita e lança fora a mordaça que lhe cala, Sai do desconforto das penumbras solitárias... Estou aqui, todo amor, puro desejo, Loucamente á tua espera!