E a manhã que se iniciava, cheia de blumas densas e escuras, tinha em seu seio, nós dois que a ela alheios, passeávamos atados um no outro! E teus olhos me fitavam, curiosos, intensos! Os meus te envolviam com gana, tresloucados! Tua voz era música em meus ouvidos, desacostumados a palavras doces! Falavamos frivolidades, como a tatear o caminho, em meio a incertezas! As horas, antes tão lentas, voaram... A realidade jogando suas cartas na mesa, falou mais que nós, em todo o nosso encontro, bem mais... O despedir-se, que não se consumava, esperava, queria, necessitava dum algo mais! Alheio ao som do mundo, mudo, lábios trêmulos, puxei teu rosto, bem rente ao meu rosto, e roubando-te um beijo, senti uma felicidade intensa, minhas forças cedendo a tua doçura, meu corpo desejando-te profundamente, minha alma resplandeceu então na tua! E nossa realidade se transfigurou-se! Era nosso primeiro beijo... -O submergir no amor! Era nossa primeira entrega... -O naufragar em suas águas!