Levou minhas dores e desenganos, caladas no peito, pelo desamor! Levou as lembranças de tristes anos, que consumiam de meu ser o seu calor! Anos onde empalideciam as cores, das retinas de meus olhos! -E até minhas lágrimas secou! Levou a minha boca murcha, e em meus lábios, sorrisos restaurou! O vento levou equivocados sonhos, que minha vida sempre atormentou! Levou as folhas velhas de antigos outonos... Enquanto as chamas dos desesperos, em minha alma e coração, refrigerou! O ventou levou-me ás cores de primaveras, trouxe o calor, das mais altas esferas de seu amor! Mulher linda, que enquanto eu pensava que morria, entre sorrisos e alegrias, soprava em mim uma nova vida! -Eu nem me apercebia que ressurgia! Revigorado pelos ventos soprados, pelo seu coração transbordando de amor! Tocado pelo doce de seus doces lábios, no dia que me beijou! E tal ocasião, de tão fortuito acaso, antes do ocaso de minha vida, o seu sopro de amor exortante grita: Levanta e anda Lazaro! É o milagre de seu amor que se fez vida! Que o vento ainda não levou...