Em mim, apesar de mim, alêm de mim, Almas, mentes e corações, dormitam embaladas por motivações sem fim, que ao toque das alvoradas, permanecem embaladas, pelas motivações cravadas em si! Quantos não são como lavouras arcaiacas, que nada produzem, ou não almentam as suas produções? Que não dão mostras de esperanças, alegrias sem compromissos, como as das crianças, nem tem em si a paz dos anciões? Assim poeta e poesia, vão percorrendo trechos desta vida, labutando em cada alma, mente e coração, tendo começado em si próprio, para plantar uma alegria, uma esperança, para plantar uma chama, que brilhe na noite mais escura e fria! E assim com suas enxadas, poeta e poesia, vão carpindo em outras paragens, vão abrindo outras estradas, em outras estradas... E assim abrindo outros espaços no corpo étereo de outras almas, nos substratos de outras mentes, no âmago quente de outros corações... Estranhos corações viventes! E assim pacientemente,vão deitando as suas sementes, poeta e poesia, esperando que criem raiz, caule, flôr, fruto, outras sementes... Há muito o que se plantar nesta tão breve e fagueira vida. Há muito o que se colher ainda, muito o que se dividir, compartilhar! Muito o que se falar e ouvir! Tarefa que de trecho em trecho, poeta e poesia, faz a sua lide e sua sina! Que de poema após poema, se firme em nossas vidas, a alegria de viver, plantar, colher...