A soleira da janela é arrimo ao corpo cansado Neblina no peito, condensada dor, e letargia A beleza estonteante do horizonte alaranjado Era só a evidência de mais uma noite de vigília
E num tempo que tem pressa, a noite se alonga Trazendo na quietude a sensação de abandono Do outro lado do vidro, quem a vida prolonga Sorri, diz que desse lado, um anjo vela seu sono
Anjo... que queria o poder de minar toda dor Cuja fé vacilante, hoje o faz impotente e vão Camufla num sorriso o frio alojado no coração
Porque nem todo dia, a alma é leve, e tudo é flor Nem todo dia se consegue flutuar como pluma Nem todo dia o sol faz dissipar a densa bruma...
Glória Salles
(ao meu paizinho)
SONETO RECEBIDO EM 10/03/2010 VIA ORKUT
OPOSTOS LADOS... - VERSO BRANCO
A vida vai colocando a gente Em lados aparentemente opostos... Vai confrontando os rostos, Fixando mais o olhar da gente, Depurando os pensamentos, Tornando nossos sentimentos transparentes! Estranha é a vida da gente, Que vivemos por tantos anos... De repente dá um tranco, Muda rumos, mostra-nos o diferente! Opostos lados, mostrando os seus ângulos! Para no fim deixar em nosso ser, A sensação do que é viver... Do que é estar no lugar do outro, Como ele esteve, no nosso, em algum momento... E de descoberta em descoberta, A nossa história como que desperta! E descobrimos o que nos torna humanos...