O mal da vida na poesia e na arte do século XX, por Edvaldo Rosa:
Tenho percorrido os caminhos de minha vida, 48 anos decorridos na caminhada, procurando um sentido para a minha própria vida. Enveredei pelos caminhos das palavras! Cruzei várias vezes os caminhos da poesia! Neles encontrei abrigo e calma pousada, onde sonhei os meus sonhos mais lindos, onde senti profundamente, tristezas e mágoas.
Dessa vivência toda, que esta creio á meio curso, apreendi algumas coisas:
O tempo passa, por vezes em ciclos que se repetem, com outra roupagem, por detras de outras roupas e outras máscaras.
Mas este tempo decorrido, é um mesmo tempo para muitas outras almas, e traz em sí marcas que definem a vida de todos, de uma mesma forma!
Nós que escrevemos somos em meu pensar apenas crônistas do que se passa! Pouco ou nada poderemos mudar com a nossa lide, pois mais criteriosa que se faça. Mas, é preciso que continuemos a exercer nossas atividades, é importante que exercitemos cada vez mais, e cada vez mais intensamente o nosso pensamento. Assim, iremos destilando nossos pensamentos, apurando nossos sentimentos, e em algum momento, os melhores de nós terá encontrado eco ás próprias palavras, escritas, ditas, tornadas páginas na internet ou propagadas de outras formas...
Não podemos parar!
É imperioso que continuemos esta tarefa, que nem bem sabemos quem nós confiara!
Pessoalmente acredito em forças etéreas, astrais, digo dessa forma, para não limitar este designio á uma crença ou outra!
Eu estou ombreado pelo escritor Jacó Filho, que em seu livro " Quinta Colônia - Dimensão e Caminho do Paraiso ", editora Idéia, de João Pessoa, ano 2007, relata a importância que temos como indíviduos pensantes, que em sua análize, são os artífices da consciência coletiva da humanidade.
Assim, creio que como crônistas do tempo, temos que levar avante a lide da escrita, com cada vez mais apuro nos sentimentos, cuidado nos pensamentos, pois em algum tempo, essas nossas sementes, irão se abrir em flores... Sonho e desejo que o façam com muita força e encantamento, que abarquem junto á si muitas almas e promovam enfim um maior entendimento, coletivo, no fim, individual em seu começo, sobre a vida, sobre a existência.
Tem momentos em que estes meus pensamentos creem serem ingênuos e inócuos...
Mas estas são sensações de momento! E o momento esta tumultuado e embaraçado, procurando, creio, caminhos por onde melhor fluir.
No mais, dentro deste mesmo momento, em todos estamos vivendo, entendo estarem sendo postas á mostra a pior parte da alma humana.
Alma que livres de barreiras impostas históricamente, socialmente, veem-se espantadas e desorientadas...
É este o mal que enxergo no século xx que finda, no XXI que começa, tropeçando nas próprias pernas.
E sem apoiar-me nos grandes pensadores do tempo, que deram uma contribuição enorme, rara e cara para a conciência coletiva de nossa espécie, firmo pés nos pequenos crônistas do tempo, pois como nas grandes obras, nas pequenas também se esboçam as mazelas da era.
Os que são grandes, assim o são por uma exposição prolongada, insistente e massiva.
Os escritores de agora, não o são por falta dessa mesma exposição, o que constitue mais um dos males do tempo, deste tempo de agora.
Outras mazelas, todas elas, estão assim presentes em cada obra escrita, divulgada ou não!
Mazelas coletivas, de grupo, ou individuais...
Cabe a meu ver, um não esmurecimento, uma não apátia, um não desalento em todos nós que escrevemos agora, sob o risco de perdemos uma oportunidade na história, a de não termos sido omissos e de termos falado tudo o quanto trazemos no peito e em nossas almas.
Assim entendo serem normais as presenças dos maleficios da vida, na poesia e na arte do tempo, pois somos crônistas de um tempo de transição, mas a vida corre e em breve, mesmo que nem estejamos vivos para presenciar, tudo terá passado, tudo será história!
Vou seguindo, com a minha vida, que se entristece e chora, que se choca, que estranha, que se espanta com as coisas de agora...
Vou seguindo com a minha escrita ingênua, quem sabe, mas sem esperança e destemido empenho não se chega a lugar algum...
Vou me apoiando nos grandes das letras e da história, mas não deixo de divisar os meus pares, pois se os grandes são os pilares de nossa construção enquanto raça, enquanto humanidade, nós os de agora, somos os detalhes, os entalhes desta grande obra.
E os males apontados, apresentados em nossas produções são reflexos, do que veem nossos olhos, do que captam nossos sentidos, e em alguns casos do que anseiam as nossas almas.
Edvaldo Rosa
23/02/2010
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Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 23/02/2010
Alterado em 17/08/2015