Quero ver o poema oculto em cada aurora, o poema nas lágrimas de quem chora, no sorriso, largo, sem pudor, das crianças, ou em faces enrugadas, que se enrubessem enquanto gargalha! Quero ver o poema de cada instante, porções das horas, ocultos por mistérios, a serem decifrados... O poemas das palavras de quem fala, o sentido do poema, nos ouvidos de quem escuta!” Rogo ter sentidos, ouvidos, olhos... Atentos, a todo tempo, enquanto meu tempo não se acaba, para perceber toda poesia! Pois no corpo da vida há tanta poesia exposta: Na vida que começa, na que engatinha, na que se encerra! Uso lentes para ver o poemas de cada aurora, para expor a poesia uso simbolos, meus sentidos são prismas para decompor toda poesia, que não são nem rabiscos nem letras... Ver um poema é colher os seus sentidos, mirar-se neles enquanto eles nos reflete em seu reflexo! Um poema é uma extensão de quem o escreve, ou o percebe, ler um poema é reconhecer-se numa alma alheia! Há muitos prismas nestas vidas que vivemos... Mas ver um poema, ler um poema, é tocar a alma do outro que nos acolhe! É completar-se... Nas almas alheias que nem sabem que nos completam... Talvez por não saberem que são nossas contra-partes, e o todo é sempre muito grande ao toque de nossos pequenos olhos!