Tenho ódio de meus dedos, Teclam minha alma no virtual... Talvez eu deva calar meus pensamentos, Torná-los segredos... Talvez eu deva escrever outras coisas, Falar de plantas, De animais... Mas quando vejo, e eu sempre vejo, Na tela a minha frente, Reflete-se a minha alma, Os meus desejos, Os meus medos... Tenho amor pelos meus dedos, Teclam sem medo minha alma no virtual! São bem mais verdadeiros Do que eu mesmo! E falam bem mais... Não raro em cada linha, Expõe a alma minha, Sem preconceitos... Nesta relação de amor e ódio, Sem saber o que sinto primeiro, Vão teclando os meus dedos, As angústias em minha alma, O amor pulsante em meu peito, E o intenso desejo de amor Que permeia o meu corpo inteiro! E não param de me expor estes meus dedos, Pois não param um segundo os meus pensamentos... Não cessam os meus desejos... Não se desvanecem os meus sonhos contigo, Nem as angústias que sinto, Que a tua ausência me traz!