Os olhos se estranham com o que não veem... Há um vazio enorme, uma solidão, uma fome! Um estar que não se completa... Pois o ser amado de tão ausente, Faz com que no coração toda emoção inexista! Parece que foi ontem; Teus braços me enlaçando, Teus beijos se me ofertando... Nossos corpos se unindo, Nossos corpos se distanciando! O cheiro em teus cabelos evolando, O perfume em tua pele me enfeitiçando... E a tua maciez e o teu calor, me embalando... Padeço de sentir-te ainda agora! E sofro, e choro, e imploro teu retorno! Mas isto tudo são memórias póstumas, De um amor mal acabado... De um querer mal cuidado, Que nos jogaram em diferentes lados... Em descaminhos, sem retornos, sem atalhos! E meus olhos se fecham para não ver o que vêem... O nosso grande amor mal acabado, Que nos tem transformado em João ninguém...