Olham os meus olhos, os teus olhos espantados, Procurando caminhos nos meus olhos que te olham... Parecem temer o que veriam! Com medo de chorar um meu possível pranto, de sorrir com o que me atiça a alegria! Abra, mesmo assim, os teus olhos, deixa-os penetrar dentro de mim... Que nossas almas se encontrem! Pois meu olhar não é só escuridão e desalento, Deixa-os dormir dentro de mim... E o teu olhar verá o que eu sonho, entenderá que o meu olhar é de quem vê poesia, no romper da aurora, prenhe de mais um novo dia, pois nele existe a tua luz! Sem medo do amor que me bate a porta sem aviso, a porta, até então, tão sozinha... Como acontece com você agora... Que me olha com espanto, e nem um tanto dos meus sentimentos, dos meus pensamentos advinha!