Não supunha que nosso amor Um dia caducaria, Que ele tinha Um prazo de validade! Novidade, que me surpreende e assusta! Ele, não fora, uma rara iguaria? Não fora colhido, Como se colhe uvas tenras? Prá um vinho raro, agora se tornando vinagre? Será que o não supor, tal decaida, Diminuiu para com nosso amor, Os cuidados? Será que de tão esplêndido sabor, Nós comungamos do mesmo amor, Por tempo demasiado? Será que por medo De nos entregarmos, Não desfrutamos do amor, Cheios de pudores e dedos? Não ousando, de amor, nos embriagar? Seja como for, Surpreso e assustado, Rebelo-me a esta realidade, Um amor tão belo, Com prazo de validade! Prestes a expirar!