Por um instante, sob trêmulas mãos, senti o velho papel de pão, onde escrevi meus sentimentos, por falta de ouvidos, por medo de dizer o que ia em minha alma, e abalava a calma de meu coração! Por um instante eu era aquele, cheio de sonhos, tantos desejos e tantas dúvidas... Incerto de tudo, sobre os próximos passos, tanto quanto em que direção! Por um instante, debruçado, sobre o papel amarrotado, um velho papel de pão, retornei ao passado! Revivi o começo, sentindo intensamente como nova a velha emoção... No agora, quanta coisa esta mudada, mas os meus sentimentos, não mudaram não! Perdi alguns dos antigos medos, a outros tantos novos dei as mãos... Cuidei de ter algumas certezas, como alguns ouvidos e boca, alma e coração... Só me falta para ser consoante àquele, debruçado sobre si mesmo, numa juventude impúbere e incerta, a coragem de se expor sob o crivo da caneta bic, com tanta tinta triste, no espaço que resta do velho papel de pão...