Ando como um fantasma pela casa deserta, É tão incerta a minha parada, Quanto o são as estradas, Para meus passos incertos... A hora é alta, madrugada, Meu sono perdeu-se nas horas passadas, E agora, eu que tinha tudo, não tenho nada! Temo nas próximas horas, As luzes que se acenderão sobre mim, Cobrando decisões e direções... Ando de um lado a outro da casa, Como um prisioneiro numa cela... Doem-me as costas, atrofiadas, imaginárias asas... Desejosas dos céus de outras terras! Cale-se a dor, Findem-se os pensamentos, Tranquem-se os sentimentos, Num compartimento Mais profundo do meu coração! Pois não há nada! Na deserta casa, sou um fantasma, Cujas paredes caladas, Delimitam o espaço de minha solidão!