Súbito o som de tua voz se propagou de outras terras, Como a pedra jogada na superfície das águas, Formam ondulações... Veio até aqui, vencendo toda a lógica da geografia! Entrou pelos meus ouvidos, Surpresos e atentos, Aquecendo meu sangue, qual microondas, Umedecendo meus olhos, Com lágrimas inesperadas, feito cascatas... Era noite, mas noite já bem não era, Tua voz meiga e doce, Foi o meu sol da meia noite, As luzes da primavera! Como definir o que me davas? Naquelas palavras, naquele instante? Uma prova de amor? Carinhoso e cheio de afeto! Você mais do que acalorar meu corpo, Alimentas-te a minha alma... Afugentas-te de mim as sombras do esquecimento! Virou por terra todas as minhas inseguranças e medos! E pediu-me por fim, que não lhe agradecesse nada... Como não agradecer teu presente, tua presença? Pediu-me ante minha insistência, Que a Deus agradecesse, Como se á Ele eu não te recomendasse! Tua voz foi um balsamo, Sobre pesados silêncios, E os ecos dela ainda me acompanham pari passo, Por todo espaço que cruzo em minha caminhada! Já não me sinto só, Estou em paz! A tua luz brilha no avançar das minhas horas! Comigo tu estas! E nada nos separa! Só falta mesmo vencer as distâncias geográficas, Que definem as nossas moradas... Já que para os sentimentos, os pensamentos e a alma Ela não voga!