Quero beber o mar,
calmamente gota a gota...
Unir-me a ele!
Mar de delirios,
afogar-me nele,
que abunda em mim...
Beber do mar,
seus mistérios,
que suspeito iguais,
aos que existem em mim...
Quero desvendá-lo!
Desnudá-lo!
Descortinar seus véus,
pondo-os sob os pés,
como estão as pedras de meus caminhos...
Desejo e espero,
saber em mim curtidas
as vagas e vagas do mar da vida!
Mesmo que sua substância, seu corpo
seja formado pelas minhas lágrimas...
Explosivo mar,
correndo,
corroendo
minhas veias...
Sabê-lo e decompó-lo,
no céu de minha boca,
e na minh'alma inteira!
Assim quem sabe,
poderei entender-me:
Por que sou doce!
Sou sal!
Sou pedra!
Sou arreia!