Não sei se a vida vale a pena Nem se é grande ou se é pequena, Mas faço um teimoso poema Pra cada dia e problema.
Há dias muito mal feitos, Instantes tão imperfeitos Que demandam algum gesto de ternura... O que me salva nesta vida é a loucura!
Dentro dela invento, sonho, mudo, crio, Pinto coisas e pessoas ao meu agrado e feitio, Misturo o venal e o ideal, bem e mal, os concilio, Modelo o mais bonito que posso. Sigo e sorrio.
Se fecho os olhos, ganho asas, Salto parapeitos e precipícios... Se fecho os olhos, sobrevôo brasas, Espalho ventos propícios...
Se fecho os olhos, expando a alma: Liberta, medianeira, benfazeja! Se fecho os olhos, ela se espalma E impossíveis sonhos traceja.
Quando fecho os olhos posso ser EU E o mundo inteiro é MEU!
Direitos autorais reservados à autora. Kathleen ML Publicado no Recanto das Letras em 11/03/2006
Sinto no fundo d'alma que a vida vale a pena, grande ou pequena, que tenha intensidade! E assim vou tecendo poema após poema! Pois a vida tem que ser cantada! Decantada! Bebida gota a gota! Como é o proprio sangue em nossas veias! Existem sim dias imperfeitos, feitos de imensa loucura, mas temos que ter outra saida... Ternura! Ternura! Dentro dela tento viver a loucura do mundo, atravez dela refaço caminhos... Por ela reato laços... Jogo ao espaço as dores do peito, E assim vou tecendo poema após poema! Pois a dor tem que ser cantada! Decantada! Pois assim fracionada, ela se torna nada; mais facil de ser evaporada pelo sol da vida! Se fecho os olhos, furto olhar para o que me consome, na penumbra os medos tornam-se enormes... Então escancaro o olhar... Telescópios voltados pra vida! E assim vou tecendo poema após poema, pois o que olho me enche de alegria o peito, quando não, eu choro! A vida tem de ser cantada! Decantada! Para se chegar ao seu estado mais puro! No mais que importa como eu me coloque frente a vida? Ela existe a despeito de minha existência... Quando eu fecho os olhos, apenas posso desejar que ela seja benfazeja! Quando abro os olhos e a encaro, faço que seja!