A mais leve e tênue brisa, pode ser a semente do mais terrível furacão!
Esta frase não me sai da cabeça, e vira e mexe esta dentro de minha mente ecoando em diferentes entonações.
A lembrança recai sobre fatos do meu dia a dia, quando pude ver pessoas se estranhando por motivos banais que em outro momento seria de fácil solução!
Por que fazemos tempestades em copo d'água?
Por que lançamos pedras injuriosas sobre as pessoas que amamos?
Ou será, em verdade, que não as amamos tanto assim, ou antes, será que amamos mesmo, profundamente, a nós mesmos, e os outros, transformamos em pessoas de menor valia?
Com a loucura que permeia o nosso dia a dia, estamos perdendo facilmente a noção das coisas e banalizamos tudo, ou quase tudo, machucando-nos e àqueles que nos cercam, parentes, vizinhos, amigos!
E as exigências a que nos sujeitamos parecem mais importantes do que as nossas relações com as pessoas?
Sim e não!
Nós nos encontramos em um circulo vicioso, onde para encontrarmos um bem estar material, e um pessoal, temos de deixar num segundo plano algumas vontades alheias ás nossas.
É muito difícil hoje em dia, uma comunhão estreita, afinada, entre as pessoas de um mesmo grupo,seja familiar ou profissional. Quanto ao familiar, creio que os laços sanguinos não são mais suficientes para a resolução das pendências. Quanto ao profissional, a falta desses mesmos laços, embora existam outros, é um fator decisivo para a desagregação do grupo.
Assim, vamos deixando para depois, as vezes totalmente suprimimos, nossos sentimentos e pensamentos, em prol de um objetivo ou recompensa.
É fato que quando valorizamos mais um objetivo ou recompensa do que o modo como os alcançaremos, estamos nos desvalorizando.
Ao darmos mais valor as aparências do que ao que realmente somos, estamos nos diminuindo e menosprezando.
Por outro lado, as exigências a que nos querem sujeitar não são mais importantes do que as pessoas e nós o bem sabemos, pois, bem no nosso intimo, nos cobramos e muito caro por causa disso.
Nossa consciência acusa nossos possíveis desvios de conduta, causando não raro, problemas de saúde física e mental.
Assim, criamos tempestades em número sem conta, mesmo estando sob seus efeitos!
A brisa primeira que inicia a tempestade, tem sido invariavelmente, a falta de diálogo entre as pessoas. Notando que quando só uma pessoa fala, não é um diálogo, nem quando o outro só escuta!
Notando que dialogar é fazer uma troca de idéias, e trocar idéias pressupõe uma disposição de ambas as partes em ceder espaço para o outro.
E como nós nos achamos os mais certos, os mais capacitados!
E como desvalorizamos os pensamentos e sentimentos dos outros!
A realidade de nossa sociedade é uma só; competitiva, desigual, excludente!
Não existem lugares reservados para todos, e os lugares que existem serão ocupados pelos melhores, e alcançar este patamar de excelência é doloroso e brutal.
O desenvolvimento social, mental e sentimental das pessoas se dá de forma totalmente diferente entre os indivíduos, e mesmo oportunidades iguais, não alcançam os mesmos resultados em todos os envolvidos.
Mesmo as politicas públicas de inclusão esbarram em um problema cultural antigo, falta portanto uma melhor preparação das pessoas.
E o avanço das tecnologias só faz crescer o abismo que já separa as pessoas desde sempre.
Praticas politicamente corretas, são antes de tudo, tão inovadoras que vão de encontro a um modelo cultural antigo e arcaico! Quando não são apenas eleitoreira e oportunista!
Creio que o ser humano num todo, esta passando por um processo acentuado de modificação e de crescimento... Acredito sim num crescimento, visto que noto um profundo interesse em matérias de humanidades, e estas levam á alma humana, concordem ou não comigo, os meus possíveis leitores.
Assim, ainda sendo os fomentadores de tempestades, vislumbramos que podemos ser também pacificadores...
É como tudo uma questão de escolha!
Indícios dessa mudança existem; devemos portanto incrementá-los !
Espero pelo dia da comunhão entre as pessoas, de corpo e alma, mesmo que neste dia eu não passe de pó, ou nem seja lembrado...
Por ora vou tentando aplacar as tempestades criadas pela minha própria vontade, tentando aplacar aquelas das pessoas que me cercam, em família ou em sociedade!
E uma de minhas tentativas para prevenir o inicio possível das tempestades é pensar e escrever sobre elas.