Vida dupla!
Vida dupla!
Quando nos emaranhamos em nossa cama,
e amarfalhamos o lençol, o edredom e tudo nela,
qual não é a sensação estranha,
a estar-se a deitar-se contigo, sentindo a outra,
cujo amarfalhar é diferente deste!
Meu corpo grita desejos insanos,
quando invisto a seus seios,
que se abrem amendrontados ao meu toque,
enquanto os outros não se contentam de arrebatamento!
Que loucura, esta em meu peito,
amor sem jeito e sem medida,
dois amores tão diferentes,
aos quais não abro mão nesta vida!
Que loucura o meu beijo,
que lhe beija com o gosto d'outra boca!
Que diferente teus abraços,
que me abraçam titubeantes,
enquanto o outro abraço, me abraça com força de cárcere!
E as palavras que trocamos...
Quantas não passam de ecos,
doutras palavras que trocamos,
eu e a outra noutro espaço!
E tudo parece ser tudo o mesmo,
e tudo diferente parece!
Vida dupla que vivemos...
Ah! Se tú soubesses...
29/01/2006
Edvaldo Rosa
Enviado por Edvaldo Rosa em 01/02/2006