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26/10/2009 15h16
EDVALDO ROSA CONVIDA O RL PARA A CIRANDA - Projeto Poesias Quadro a Quadro... Participe também com um poema...

EDVALDO ROSA CONVIDA O RL PARA A CIRANDA  -  Projeto Poesias Quadro a Quadro...  Participe também com um poema...

Algumas palavras sobre o projeto Poesias Quadro a Quadro

 
Este projeto foi pensado para trazer á 3° Semana de Artes da Universidade Radial unidade Interlagos dois pontos de vista distintos, o poético e o pictórico.
Ao pintor José Carlos Kronemberger foram apresentados alguns poemas de Edvaldo Rosa com a proposta de que inspirassem alguns quadros.
Ao poeta Edvaldo Rosa foram apresentados alguns quadros do José Carlos com a proposta de que inspirassem alguns poemas.
Esta apresentação é o coroamento desta iniciativa!
Fica a questão, estas duas formas de arte conseguiram se comunicar? E a mensagem em cada uma delas foi entendida claramente?
Esta abordagem foi feita de forma livre, sem imposição de ambas as partes, de formas de conduta procurando preservar a liberdade criativa de cada artista e assim sua individualidade.
É em resumo um exercício criativo que procura trazer a tona sensibilidades, ficando a nós todos, ouvintes das poesias declamadas e apreciadores dos quadros expostos uma terceira opinião também livre e pessoal.
A concepção deste projeto teve origem após ouvirmos a peça Quadros de uma Exposição, escrita para piano por Modesto Mussorgsky em junho de 1874.
Esta suíte foi composta como homenagem á Viktor Hartmann, arquiteto e pintor, amigo de Mussorgsky, que havia falecido em 1873 aos 39 anos de idade.
Em março de 1874, estava acontecendo uma exposição de seus quadros em uma galeria de São Petersburgo.
Após visitá-la, o compositor decidiu fazer uma homenagem ao amigo.
Escolheu dez dentre os quadros expostos e compôs uma música para cada um deles.
Uniu através de um tema comum, o “Promenade” , que significa passeio, as várias partes da peça.
As músicas exploram a corrente folclórica russa e o estilo de piano é inovador em sua austeridade e ausência de tessitura.
Foi composta em uma época em que o piano era instrumento de brilho virtuosístico, e esta suíte foi por um bom tempo ignorada.
Claude Debussy, grande compositor francês, admirador confesso de Mussorgsky e estudou bastante esta suíte, pelo seu caráter singular.
A peça Quadros de uma Exposição descreve, em metáforas, através das notas do piano, um passeio em uma exposição de quadros, tendo os temas como guia.
As músicas isoladas dos quadros são unidas por um tema inicial e por quatro “intermezzo” da mesma melodia, interpretada com diferentes harmonias através da obra.
A obra compõe-se por 16 episódios. E no verão europeu de 1922, a pedido, Maurice Ravel, compositor francês, orquestrou em Lyons-la-Forêt, França o original pianístico da peça. É graças a ele grande parte do sucesso posterior da obra. Ravel não conhecia as orquestrações originais e fez  a sua própria maneira, mas soube extrair da obra a dosagem necessária dos instrumentos e criar sonoridades instrumentais precisas, dentro do espirito do tema.
No ano de 1971, o grupo de rock progressivo Emerson, Lake and Palmer, recordou em um disco ao vivo, uma versão rock da suíte, adicionando novos temas, letras, vocais na obra.
Em 2002 o álbum foi relançado, contendo a versão original e uma nova versão gravada em estúdio.

Convido a todos os poetas do RL para fazerem parte desta exposição virtual, proposta por este projeto Poesias Quadro a Quadro que nesta primeira etapa apresenta o quadro Contemplação de KCOELHO e a poesia Mãe Negra de EDVALDO ROSA, escrevendo também um poema versando sobre o quadro Contemplação ou inspirada nele.

A primeira poesia proposta é:


PROJETO QUADRO A QUADRO: POEMA MÃE NEGRA / QUADRO CONTEMPLAÇÃO ...

Mãe negra...

Poesia de Edvaldo Rosa
Ilustração Contemplação de José Kronernbergue Coelho



Mãe negra de pura alma,
alma cheia de segredos,
mistérios e venturas...
Mãe guerreira,
como as d'outras terras
que também são as tuas...
Mãe meiga,
Mãe candura,
Mãe doçura!
Mãe mistérios,
Mãe força natural e pura!
Mãe venturosa,
Mãe força na lide de viver,
de vencer as dificuldades,
as adversidades da vida
dos tempos de agora!
Mãe querida,
que em tuas noites mais escuras,
nos dias mais tortuosos,
Oxalá lhe estenda Suas luzes radiosas!
E o banhar-se nas águas de Oxúm,
mansas e cristalinas,
lhe retire as dores de tuas costas...
E as de teu coração também possa!
Inhançã varra tuas estradas,
com suas abençoadas forças,
retirando de teus passos
as folhas mortas... Os perigos... As armadilhas...
Feitas por quem nem te entende e nem gosta!
Ossanha forre estes teus caminhos
com outras folhas novas,
mais macias e perfumosas!
Oxumaré a proteja dos inimigos
que tenham se escondido em moitas próximas...
E tanto as viboras quanto seus venenos leve embora!
Omulu cure tuas chagas,
mesmo aquelas que lhe inflingimos
com as faltas nossas!
Que sua alma possa percorrer em paz
os seus caminhos d'alma,
na procura incessante do bem para nós!
Iemanjá possa com as forças de suas vagas,
indicar-lhe sempre os caminhos
nos oceanos de vida,
que por ela existem em todos nós...
E quando teu navegar-caminhar, Mãe andarilha,
te colocar nos picos das montanhas
possa Eua insuflar em teu ser, tua alma, teu peito
o mais puro ar das montanhas...
E que se renove tuas forças!
E que renovada por ela viva...
Solta!
Plena!
Como um pássaro livre e solto,
Águia sob o firmamento,
a ofuscar o sol,
a ofuscar as estrelas!
Oh! Mãe! De minhas vidas inteiras
quando correrdes pelas pradarias,
tenha as armas de Ogúm no peito!
As de Xangô á mostra na mão direita e na esquerda!
Para que não tombes nas guerras que enfrentas!
Para enfim, num plácido e cálido momento,
sorrir, 
brincar,
sentir-se Ibejí...
Sem mácula!
Sem rancor!
Sem medos!
É o tempo, o tempo que se renova...
Te renova!
No seguir inclemente das horas
sejas sempre a Mãe negra de alma pura,
que traz paz a tudo que toca
e em tudo vê luz, vida e encantamentos!


Edvaldo Rosa
02/03/2008

 



 
 

 
 
Edvaldo Rosa
Publicado no Recanto das Letras em 26/10/2009
Código do texto: T1887977

Publicado por Edvaldo Rosa
em 26/10/2009 às 15h16